CalcioPoli: Sentença final, Moggi condenado!

Chegou o dia mais longo, talvez, da história da Juventus. Hoje foi o dia da decisão sobre Luciano Moggi (ex-Diretor geral da Juventus) no caso CalcioPoli. A sua absolvição deveria implicar como a recuperação dos dois campeonatos tirados do clube, porém o resultado, mesmo que com possibilidade para recorrer, complica a situação esportiva do clube. Confira então a ordem dos acontecimentos neste dia e no final a sentença definitiva dada pela justiça chefiada pela promotora nacional Casoria (Conteúdo transcrito ao longo dos acontecimentos).
10:10 - O advogado de Moggi fala em defesa do seu cliente mas brevemente defende Antonio Giraudo (ex-Administrador Geral da Juventus) e cita ainda o princípio da acusação:
"Parte-se dos encontros, de um erro incrível de análise dos acusadores. Eles imaginavam o futebol como um mundo perfeito, onde tudo funcionava, onde o designador de arbitragem ficava fechado numa torre e ninguém se encontrava, um mundo em que ninguém tinha a intenção de saber se o árbitro era amigo ou inimigo (referente às preferências clubísticas), um mundo em que Moggi e seus companheiros de trabalho se juntavam para falar de coisas ilícitas. Mas este mundo não era real e nem o é hoje. Moggi não era o diabo, não poderia ter vivido tanto tempo neste mundo de anjos. Este erro na base deveria ter sido percebido de cara. As reuniões aconteciam com todos!"

10:25 - Impressão geral é de que a sentença será dada ainda hoje.

11:10 - Trofino, advogado de Moggi evidencia uma outra falha na contextualização partindo da frase "Pensamos em salvar a Fiorentina" em que Della Vale (presidente Viola) falava com Giraudo e chama Moggi depois. O diretor bianconero diz que o árbitro desejado pela Fiorentina não apitará o jogo contra o Milan e conclui dizendo: "Nós vamos a Milano para vencer e vocês pensem em salvar-se do rebaixamento".

11:30 - Muitos jornalistas presentes para o grande final.

11:32 - O advogado de Moggi cita casos e decisões da época que causaram manifestações de diretores e torcedores da Velha Senhora. Citou ainda uma situação em que Moggi deu conselhos a Della Vale e foi recriminado. "É crime dar conselhos técnicos?".

11:40 - Trofino critica o ex-presidente da FIGC, Carraro, que era decisamente contra a Juventus, e retoma o argumento de antes: "O mundo deles não era perfeito e sim muito mais que imperfeito".

11:49 - O advogado ataca os investigadores por falta de igualdade no tratamento.

11:58 - Palavra passa pada ao procurador Capuano que fala sobre o caso.

12:10 - Contra réplica dos advogados.

12:20 - Audiência terminada e a juiza anuncia que às 20:00 teremos o resultado com a leitura da sentença.

20:02 - Resultado do caso: Luciano Moggi condenado a 5 anos e 4 meses por conspiração. A acusação havia pedido 5 anos e 8 meses. Condenados também os ex-designadores arbitrais Paolo Beramo e Pierluigi Pairetto condenados respectivamente a 3 anos e 8 meses e 1 ano e 4 meses. Claudio Lotito (presidente da Lazio) e Andrea Della Vale e Andrea Della Vale ('donos' da Fiorentina) foram condenados a 1 ano e 3 meses. Considerados inocentes Marcello Ambrosino, Enrico Ceniccola, Mariano Fabiani, Maria Grazia Fazi, Silvio Gemignani, Gennaro Mazzei, Pasquale Rodomonti e Ignazio Scardina.

20:14 - O procurador Capuano comentou a decisão: "Acho que tudo andou bem".

20:15 - Moggi: "Não quero polemizar, por ora não falo".

20:17 - Prioreschi, um dos advogados de Moggi: "Uma sentença que eu não esperava".

20:23 - Capuano falou de novo: "Não foi uma farsa, não foi um 'farsopoli'".

Por fim, a posição oficial da Juventus:
"Decisão de hoje confirma a estranheza total da Juventus para com os fatos alegados, que na corte de Nápoles foi processado civilmente como uma forma de responsabilidade objetiva nos termos do artigo 2049 cc. Esta decisão, tomada sobre o resultado de uma discussão em profundidade e análise de todas as evidências, se choca com a realidade de uma justiça sumária de esportes a partir do qual a Juventus foi a única empresa gravemente afetadas e o único a ter de pagar com dois títulos subtraídos, após as vitórias alcançadas no campo, e com o seu rebaixamento com uma danos materiais substanciais. Juventus vai continuar sua batalha legal para restaurar a igualdade de tratamento".