sábado, 24 de dezembro de 2011

Entrevista: Agnelli fala para o Corriere dello Sport.


Véspera de natal com entrevistas mais do que interessantes para o 'popolo juventino'.
Agora a palavra está com o presidente Andrea Agnelli. O homem no topo da hierarquia juventina falou para o jornal Corriere dello Sport um dia após a entrevista bombástica sobre o CalcioPoli (que foi transcrita aqui ontem).

Presidente Andrea Agnelli, que efeito causa em vocês as revelações sobre o CalcioPoli expostas no nosso jornal ontem?
"São um passo avante até para voltar a mesa de encontro a Petrucci. Foi um dia importante porque reuniu pessoas envolvidas em 2006, os envolvidos com o esporte e também o presidente da FIGC. Cada um ficou na sua posição mas o documento final reconhece, mesmo não tendo sido reconhecido por todos, que foi justiça sumária. A vossa entrevista confirma o quanto surgiu nos últimos anos e reforça a necessidade de ter um quadro completa, compreender o que vai acontecer e entrar no mérito. O investigador conta telefonemas que não foram analisados e outros possivelmente alterados: Elementos que devem ser analisados por uma comissão julgadora, não é possível que um pequeno sistema de vinte clubes tenha tanta desigualdade de tratamento".

Quando explodiu o CalcioPoli, eras apenas um torcedor, ainda não presidente da Juve. Qual foi a sensação?
"Diferente da de agora. Quando emergiram as primeiras interceptações, pensava ser uma estranha coincidência já que um ano antes surgiu um vídeo de um suposto doping de Cannavaro, depois veio o tsunami e falar das sensações daquele momento é difícil. A Juve pagou de maneira dura: Se o clube não tivesse conseguido o aumento do capital para trabalhar e voltar ao topo, poderia ainda estar em categorias menores. Agora exigimos igualdade de tratamento".

Na 'mesa da paz' se falou da relação do procurador Palazzi? É anormal ter em conta...
"O instituto de prescrição não sou eu quem gerencia. A Juve foi condenada por uma série de violações do artigo 1, em qual a soma configurou a violação do artigo 6. Para a Inter, no entanto, o artigo 6 foi tirado da reta diretamente por Palazzi. Lembro que a temporada 2005/2006 foi imaculada, não estavam nem Bergamo e Pairetto como designadores de árbitros. Isto deve ser refletido, são clubes e pessoas que foram condenadas: Não se pode deixar de pensar nisso e dizer que foi justiça sumária, de ir avante. Devem ser exigidos milhões por danos".

O investigador conte de uma gravação que poderia exonerar Della Vale do qual não há nenhum traço. O que pensas?
"São muitas perguntas esperando respostas. Da entrevista surge também as interceptações internacionais sem autorização, uma briga para mandar o caso avante ou fechá-lo e deveria-se saber o porque.
Dia 12 de maio de 2006, o presidente da FIGC, Giancarlo Abete disse: "Considerando a importância e a relevância que o futebol tem no nosso país também no perfil social, permaneça-mos positivos que se faça tudo para acertar sobre o caso, tendo como objetivo prioritário garantir o máximo nível de clareza e transparência..." 

Tem o constrangimento da vossa parte no confronto diário com a Federação?
"A nível político tenho que me confrontar no geral, são mais ou menos as mesmas pessoas e que tem o dever de estar a disposição dos associados os instrumentos que garantam a igualdade de tratamento".

O que pensas das denúncias de Della Vale a Guido Rossi?
"Não entro no nível pessoal, para mim, Rossi representava a Federação. Tem que agir pelo seu nome e pelo seu cargo".

O que aconteceria se Moratti renuncia ao Scudetto?
"A relatório está lá, mas não entrarei nele. Cada um tem a sua consciência e convicções".

Que relação tens com o presidente Nerazzurro?
"De educação e civilidade:  Devem permanecer assim e seria bom se se estendessem aos torcedores. Não estamos em guerra, o futebol é um grande espetáculo do esporte e a Inter é ali  pelo caso. Se outra equipe tivesse chegado em terceiro, teríamos feito a mesma coisa".


Acreditas ter sido precipitado, na época, a demissão de Moggi e Giraudo?
"Na época o quadro parecia definido, com acusações violentíssimas e uma atenção gigantesca da mídia que queria uma decisão rápida. Nós aceitamos tudo, o recurso nasceu pelo Scudetto transferido. Nós pedimos se permaneciam os requisitos sem entrar no mérito da decisão de 2006. A nossa pergunta é muito simples: "Foi justo dar-lo?". Cada um, naturalmente, tem uma opinião".

Como terminaria, numa hipotética partida entre a Inter do 'triplete' e a Juventus de Capello?
"Sem dúvida ganharíamos por 3x0".

Aquela foi a última grande Juve mas agora estão voltando ao topo...
"Desde o meu primeiro dia na presidência trabalhamos para voltar a vencer no campo. Transformamos o clube, com dirigentes novos e mudamos profundamente o time. Sabíamos que o primeiro ano seria difícil e o segundo o completaria: Agora temos um trabalho, podemos ter um ou dois inserimentos por temporada para crescer".

Houve um momento, no verão, em que poderia ter sido a Juve de Mazzarri?
"Sempre foi a Juve de Conte".

Quem escolheu o velho capitão?
"Todas as decisões, referindo-me as esportivas, foram feitas em comum acordo com Marotta, Paratici e Nedved. Quando criou-se a possibilidade de contratar Antonio, foi claro a todos que seria uma escolha idônea. Os resultados de agora não me surpreender: O conheço há vinte anos, conheço suas qualidades, dotes humanos e competência".

Um defeito dele?
"Falta um pouco de experiência no cargo, como falta a mim. Mas o entusiasmo dos jovens e experiência não podem coexistir".

Como nasceu a ideia Pirlo?
"O objetivo da área esportiva é monitorar também as ocasiões que o mercado oferece. Devo ser sincero, me espantei pelo ceticismo inicial: Hoje chovem elogios mas no verão se sussurrava "é velho".".

O Milan tirou o maestro da Inter e construiu um ciclo vencedor. A história se repete agora em bianconero?
"A qualidade de Pirlo é absoluta mas eu tenho uma convicção: No campo jogam onze jogadores e um campeão, mesmo sendo extraordinário, não faz sozinho a diferença".

Nos dezoito meses de presidência, tem algum jogador que desejastes muito e não pudestes trazer?
"Não porquê trabalhamos em emergência, depois da 'refundação' sem ter uma estratégia. Lamentações teremos a partir do próximo ano, quando poderemos agir com serenidade no mercado e completar, com poucos nomes, o elenco".

De presidente torcedor, chegastes a "namorar-se" a um jogador fora de série e a pedir aos dirigentes?
"Me 'namoro' só com a equipe. E se os assumimos profissionais é por atributos de responsabilidade e deixar-los trabalhar".


Em retrospectiva, o anúncio do adeus de Del Piero não merecia uma maior solenidade?
"A mim desagrada que um gesto de afeto tenha sido interpretado como um ato hostil. Foi Del Piero, no momento da renovação, a dizer que era o seu último contrato com a Juve. Por quê tanto se maravilham se cinco meses depois virão pedir um tributo? Ele É a história, como Boniperti e Platini".


Entrevista feita por Alessandro Vocalelli e Antonio Barillà para o Corriere dello Sport.

Nenhum comentário:

Postar um comentário