Tévez é o segundo argentino a endossar a maglia 10 da equipe alvinegra do norte da Itália (Foto: AP) |
A história centenária da Juventus é repleta de tradições e
fenômenos do futebol mundial. Alguns destes usaram a camisa 10, tradicional
símbolo de muitos clubes pelo mundo, indiferente no maior campeão da ‘Bota’.
Hoje, a Juventus apresentou nesta semana o novo dono de tal símbolo que encanta
milhões de fãs pelo mundo, é o argentino Carlos Tévez, mas você sabe quais
foram os outros camisas dez com destaque na Velha Senhora? Confiramos então os célebres
detentores.
O primeiro dez da Juventus foi o meio campista Francesco
Capocasale, que havia chegado do
Bari e que depois de duas temporadas ruins, onde apesar das 55 atuações e 2
gols, o jogador foi atuar pelo Modena por uma temporada antes de voltar a Juve
e atuar novamente por meros 3 jogos antes da pausa do futebol por motivos
bélicos e a chegada da Segunda Guerra Mundial.
Com a volta da Guerra, a camisa acabou chegando para John Hansen em 1948, que havia chego da
Dinamarca como grande autor de tentos pelo Frem. Hansen desfrutava de sua
altura e isso o fez se tornar um dos grandes atacantes da história juventina
com 124 gols em 187 jogos com a camisa 10. O dinamarquês conquistou dois Scudetti nas temporadas 1949/1950 e 1951/1952.
A sequência não foi menos vencedora, já que do River Plate
chegava o temperamental argentino Omar
Sivori. Lenda da Juventus e primeiro juventino a conquistar o prêmio Bola
de Ouro (antes dado exclusivamente aos que atuavam no futebol europeu) no ano
de 1961. Sivori não só era um driblador espetacular mas também um autor de
muitos gols, além de formar uma trinca ofensiva espetacular na história do
futebol com o gigante galês John Charles e a lenda viva Giampiero Boniperti. O
argentino defendeu a Juve por nove temporadas, marcando 135 gols em 215 jogos
na conquista de três títulos da Serie A e duas Coppa Italia.
Um brasileiro teve a honra de vestir a maglia dez da Juventus e foi o gaúcho Sidney Colônia Cunha, vulgo Chinesinho (Cinesinho para os italianos
pela pronuncia). O jogador que atuou na Itália também pelo Modena e Catania
chegou a Juve em 1965 com a missão de substituir o argentino antecessor e atou
bem no meio de campo juventino, onde marcou 10 gols em 90 jogos e contribuiu
para uma Coppa Italia e um título da Serie A, este na temporada 1966/1967. As
lesões sofridas no fim da passagem pela Juve praticamente encerraram a sua
carreira.
A década de 70 foi um marco na história da Juventus e quem
portava o mítico número nas “Zebras” de Turim era o italiano Fabio Capello. O jogador da base do pequeno
SPAL acabou indo para a capital do Piemonte após grandes atuações pela Roma e
de 1970 até 1976 na Juve, o meio campista marcou 27 gols nos seus 165 jogos,
sendo peça fundamental na conquista de três títulos da Serie A.
O tempo passou e Capello deu lugar para Romeo Bonetti, que chegou do Milan para seguir ajudando o elenco bianconero em mais conquistas: Dois
títulos nacionais em quatro temporadas. Deixando o time para encerrar a
carreira na Roma e passar o número adiante.
O irlandês Liam Brady
chegou a Juve do Arsenal para ajudar na conquista dos Scudetti 19 e 20 do clube, nas temporadas 1980/1981 e 1981/1982,
deixando a equipe logo em seguida para que a majestade tomasse conta.
Da França, chegou Michel
Platini, hoje lenda, o talentoso jogador acabou fazendo o mundo encantar-se
pela sua classe. “O Rei” fez tudo que podia na Juve, títulos e mais títulos,
três Bolas de Ouro seguidas, conquistando Serie A, Coppa Italia, SuperCopa da
UEFA, Copa dos Campeões (atual UEFA Champions League), Copa Intercontinental
(hoje considerado Mundial de Clubes) além da extinta Copa das Copas. O jogador
se retirou jovem e deixou o gostinho de quero mais nos torcedores, que viveram
anos sem outro grande camisa 10, até a chegada de outro fora de série...
Roberto Baggio
chegou na Juventus após polêmica transferência da Fiorentina e se firmou como
um dos maiores de todos os tempos na Serie A, sendo de 1990 até 1995 na Velha
Senhora. O “Divino Codino” (Divino rabo de cavalo) conquistou apenas um título
da Serie A e um da Coppa Italia, além de uma Copa da UEFA antes de ir para o
Milan numa polêmica transferência, mas o número 10 já tinha do banco aquele que
se tornaria, talvez, o maior símbolo do clube em todos os tempos, antes com o
número 16 nas costas.
Em 1993/1994, a equipe de Turim subiu da categoria de base,
chamada Primavera, um jovem chamado Alessandro Del Piero. O jogador
considerado sinônimo da palavra Juventus acabou se encaixando muito bem após a
saída de Baggio e foi parte de grandes times ofensivos sob o comando de vários
técnicos. Camisa 10 desde 1995/1996, Del Piero fez 289 gols com a camisa em
nada mais, nada menos do que 705 jogos. Sendo detentor de oito títulos da Serie
A (incluindo os das temporadas 2004/2005 e 2005/2006 cujo foram retirados pela
Federação Italiana em um caso ainda sem fim definitivo), uma Coppa Italia,
quatro SuperCopas da Itália, uma Copa Intertoto (competição já extinta), uma
SuperCopa UEFA, uma UEFA Champions League e uma Copa Intercontinental. Del
Piero deixou um legado de milhões de ressabiados torcedores preocupados com o
presente e futuro da camisa dez. Na temporada passada, o clube da capital do
Piemonte não teve o número mas na próxima terá o recém chegado Carlitos Tévez.
Será ele capaz de representar à altura a tradição e o
símbolo esperado pelo clube e que enalteça os torcedores? Veremos.
Matéria feita por mim para o Vavel.com/br
Tevez acabou de chegar, falar de Del Piero, precisa jogar muito ainda
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